A dona Mena.
A dona Mena.
Apresento-vos a dona Mena. Trabalha numa escola do nosso concelho como auxiliar de educação, mas bem se poderia denominar de mãe, cozinheira, cuidadora, psicóloga, animadora e todas as outras funções que são e não são da sua responsabilidade.
Comparo a dona Mena a um polvo cheio de amor, que dá conta de um sem número de crianças espevitadas, de todos os seus problemas maiores que a vida e que se curam muitas vezes com um carinho, um beijo e um abraço. Um polvo com tentáculos duros, que o serviço aperta e há que estar em todas as frentes, pois um serviço de três está concentrado nela e nela só.
A dona Mena corre para um lado a resolver uma queda no campo de futebol. A dona Mena desliza para o outro, para mediar uma querela entre amigos que precisam de ser relembrados desse facto.
A dona Mena cuida da mini-horta plantada no recinto escolar e envolve os alunos nesta tarefa, mostrando-lhes quão prazeroso pode ser fazer crescer, passo a passo, umas simples couves que são alvo do maior orgulho naqueles olhos imberbes e impressionáveis.
A dona Mena é de uma simpatia e honestidade brutal com os outros agentes educativos que se deslocam ao seu pequeno mundo escolar perto de Portalegre. A mãe que está doente e de quem cuida, o pai que se desloca em canadianas, são referências constantes em conversas que servem de desabafos de quem tanto ouve outros desabafos. O orgulho que fala dos seus progenitores e do seu percurso são enternecedores.
E depois do desabafo, a que ela se permite com a periodicidade de um curto e efémero intervalo escolar, lá vem de novo a alegria, o desembaraço e os tentáculos do amor e carinho voltam a aparecer.
Esta é a minha homenagem a todas as donas Menas que trabalham nas escolas do nosso país. Que não vos falte vontade, alegria e paciência!